dos 39
Era inevitável. A minha geração, a geração que mais me rodeia está a chegar aos quarenta e vêm cheia de textos, declarações, clichés, morais e afirmações heróicas.
Eu não vou acrescentar nada a isso, concordo com quase tudo o que se diz, quarenta serão de facto especiais, tão especiais que , por ainda estar com 39, não teria o direito a falar sobre eles.
Pois bem, os que os 39 me trouxeram foi a certeza de que sempre que posso faço o que quero. E trouxeram a certeza de que esperar pelos quarenta é uma atitude muito parva!
Por quê desperdiçar tempo, por quê esperar mais uns meses para me assumir mais mulher, mais cansada, mais sábia, mais seja o que for!?
Queridas amigas (vá, amigos também) que já passaram os 40, lamento, mas não são senão mais velhos que eu. E isso vão ser sempre, sabiam?... não têm o mérito de lá chegar primeiro, o único mérito que dou é a quem dá as melhores festas! E a essa expectativa tenho, confesso, medo de corresponder.... todas as outras, nope. Sou já mais "velha" há mais tempo, sempre fui...
Já me descobri quase toda, já perdi a vergonha de me afirmar numa série de coisas pouco convencionais, já perdi a vergonha de dizer que ainda tenho muito que aprender. A idade não nos torna mais sábios, torna-nos mais experientes. E a maravilha dos quarenta (perdão: 39) é saber o que fazer com a experiência.
Demorei anos a perceber coisas pequenas, e ainda assim sinto ene vezes que não as percebo por completo. Treinei-me a não ceder a todas as provocações, eduquei-me a ser educada, interiorizei, de facto, o dar sem esperar nada em troca, porque sei que sou mais feliz assim. Já o disse ene vezes e acredito em muitos clichés e este é mais um: a expectativa é a mãe de todas as desilusões e se não pudermos ser mais nada, sejamos gentis. estes são os melhores #tommotto.
Não compro guerras nem arranjo - como se diz na família do A. - sarna para me coçar. Já não me faz grande moça não se assumir que tenho razão, que fiz melhor ou que disse melhor, não preciso mais dessa aprovação, vivo com o melhor e pior que faço e tenho, quase sempre, a estaleca de arcar com as consequências de tudo. Dou as minhas próprias palmadinhas nas costas, irrito-me baixinho quando não tenho razão e não faço questão, nunca, de ficar com a última palavra. Não a quero, que só me faz mais pesada e já não verga ninguém, eu sem excepção.
Deixo ainda coisas por dizer, por vergonha, por mesquinhice, por educação, por falta de tempo, mas não deixo de dizer o essencial. Pistas e dicas só tem piada na cama e mesmo aí também mais vale dizer tudo! Tudo tem que ser dito, a vida não é um romance, mas pode ser romântica em ocasiões. Aos 39 aprendemos a aproveitar todas as ocasiões ou então perdemos de vez a vontade de o fazer e estamos já acomodados com o que somos. Eu acho todos os meses chego a termos com uma qualquer característica minha e descubro qualquer coisa sobre mim, ainda... Ainda não me sei de cor. Os quarenta não mudam isso.
Exponho-me todos os dias, sem vergonha. Educo como sei os meus filhos, amo como sei a minha família, trabalho com o que tenho no trabalho. E continuo feliz na maioria dos dias, a dançar a caminho do almoço mas com preguiça de ir ao ginásio, com sobre-peso e sem amor pela cozinha mas antes pelos cozinhados. Mas sou eu, como sempre fui, só mais assumida, mais segura, na alegria e na tristeza.
Não me conheço ainda por completo, acho que a meia-idade não significa mais que isso, que ainda nos falta conhecer outra meia... Nós somos, de facto, ainda novos e a correr tudo bem, falta-nos meia vida.
Pouco pouco falta é para o Natal...
Eu não vou acrescentar nada a isso, concordo com quase tudo o que se diz, quarenta serão de facto especiais, tão especiais que , por ainda estar com 39, não teria o direito a falar sobre eles.
Pois bem, os que os 39 me trouxeram foi a certeza de que sempre que posso faço o que quero. E trouxeram a certeza de que esperar pelos quarenta é uma atitude muito parva!
Por quê desperdiçar tempo, por quê esperar mais uns meses para me assumir mais mulher, mais cansada, mais sábia, mais seja o que for!?
Queridas amigas (vá, amigos também) que já passaram os 40, lamento, mas não são senão mais velhos que eu. E isso vão ser sempre, sabiam?... não têm o mérito de lá chegar primeiro, o único mérito que dou é a quem dá as melhores festas! E a essa expectativa tenho, confesso, medo de corresponder.... todas as outras, nope. Sou já mais "velha" há mais tempo, sempre fui...
Já me descobri quase toda, já perdi a vergonha de me afirmar numa série de coisas pouco convencionais, já perdi a vergonha de dizer que ainda tenho muito que aprender. A idade não nos torna mais sábios, torna-nos mais experientes. E a maravilha dos quarenta (perdão: 39) é saber o que fazer com a experiência.
Demorei anos a perceber coisas pequenas, e ainda assim sinto ene vezes que não as percebo por completo. Treinei-me a não ceder a todas as provocações, eduquei-me a ser educada, interiorizei, de facto, o dar sem esperar nada em troca, porque sei que sou mais feliz assim. Já o disse ene vezes e acredito em muitos clichés e este é mais um: a expectativa é a mãe de todas as desilusões e se não pudermos ser mais nada, sejamos gentis. estes são os melhores #tommotto.
Não compro guerras nem arranjo - como se diz na família do A. - sarna para me coçar. Já não me faz grande moça não se assumir que tenho razão, que fiz melhor ou que disse melhor, não preciso mais dessa aprovação, vivo com o melhor e pior que faço e tenho, quase sempre, a estaleca de arcar com as consequências de tudo. Dou as minhas próprias palmadinhas nas costas, irrito-me baixinho quando não tenho razão e não faço questão, nunca, de ficar com a última palavra. Não a quero, que só me faz mais pesada e já não verga ninguém, eu sem excepção.
Deixo ainda coisas por dizer, por vergonha, por mesquinhice, por educação, por falta de tempo, mas não deixo de dizer o essencial. Pistas e dicas só tem piada na cama e mesmo aí também mais vale dizer tudo! Tudo tem que ser dito, a vida não é um romance, mas pode ser romântica em ocasiões. Aos 39 aprendemos a aproveitar todas as ocasiões ou então perdemos de vez a vontade de o fazer e estamos já acomodados com o que somos. Eu acho todos os meses chego a termos com uma qualquer característica minha e descubro qualquer coisa sobre mim, ainda... Ainda não me sei de cor. Os quarenta não mudam isso.
Exponho-me todos os dias, sem vergonha. Educo como sei os meus filhos, amo como sei a minha família, trabalho com o que tenho no trabalho. E continuo feliz na maioria dos dias, a dançar a caminho do almoço mas com preguiça de ir ao ginásio, com sobre-peso e sem amor pela cozinha mas antes pelos cozinhados. Mas sou eu, como sempre fui, só mais assumida, mais segura, na alegria e na tristeza.
Não me conheço ainda por completo, acho que a meia-idade não significa mais que isso, que ainda nos falta conhecer outra meia... Nós somos, de facto, ainda novos e a correr tudo bem, falta-nos meia vida.
Pouco pouco falta é para o Natal...
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