da distância...
sim, há alturas em que sabe muito bem... mas outras há em que é uma merda.
quando estávamos nos EUA a distância era tanta que o facto de ir perdendo pedaços das vidas das pessoas tornava-se incontornável e por isso suportável. Agora estamos a uns míseros 310km e chegamos a estar 1 mês sem ir ao Porto.
Perdem-se jantares, lanches, casamentos e funerais. Perdem-se conversas, encontros na rua, picnics no parque. Perde-se o frio, perde-se a comida, perde-se o cheiro a mar. Perdem-se olhares, abraços e desabafos. Não se adiam. Perdem-se.
E há dias em que apetece fechar a porta de uma casa para ir abrir a outra. Tirar o uniforme e vesti-los de verde, despedir-me e voltar a 3 dígitos. Há dias em que apetece muito voltar. Estar para o que der e vier, para o espontâneo e para o planeado. Não há planos para isso. E nem todos os dias me apetece. Mas alguns sim.
Vamos ser para sempre os de Lx, os que se convida já a saber que não vão, os que, quando vão ao Porto, se desdobram para estar com todos em modo de obrigação e não de hábito ou por simplesmente ser essa a nossa vida. Porque o que apetece é ter os pés da minha Mãe pousados nas minhas pernas enquanto costura qualquer coisa a pouca luz e vai dormitando, ouvir o meu Pai resmungar pelo comando ou sentir o cheiro de empada da cozinha da Náná e ouvir o relato do FCP do meu Sogro. Saber que a ñ-sei-qtas mudou o quarto dos míudos ou que o ñ-sei-o-quê está à procura de carro novo porque vai ter mais um filho.
Dias simples, sem planos. Só a ser Família. Só a ser Amigos.
E isto bate mais forte quando o Porto vem até nós. Quando as amizades e as logísticas justificam que o ponto de encontro seja marcado: hora, data, local. Tudo planeado e uma excitação enorme pela antecipação. Pelos abraços. Pelas fotografias parvas e pelos comentários que substituem as fotografias num espelho. Quelle tristesse, recorro a um espelho porque não conto com ninguém para me dizer que me fica bem ou que parece uma barraca da praia. Isso faz-me falta.
Isso perde-se, não se adia.
quando estávamos nos EUA a distância era tanta que o facto de ir perdendo pedaços das vidas das pessoas tornava-se incontornável e por isso suportável. Agora estamos a uns míseros 310km e chegamos a estar 1 mês sem ir ao Porto.
Perdem-se jantares, lanches, casamentos e funerais. Perdem-se conversas, encontros na rua, picnics no parque. Perde-se o frio, perde-se a comida, perde-se o cheiro a mar. Perdem-se olhares, abraços e desabafos. Não se adiam. Perdem-se.
E há dias em que apetece fechar a porta de uma casa para ir abrir a outra. Tirar o uniforme e vesti-los de verde, despedir-me e voltar a 3 dígitos. Há dias em que apetece muito voltar. Estar para o que der e vier, para o espontâneo e para o planeado. Não há planos para isso. E nem todos os dias me apetece. Mas alguns sim.
Vamos ser para sempre os de Lx, os que se convida já a saber que não vão, os que, quando vão ao Porto, se desdobram para estar com todos em modo de obrigação e não de hábito ou por simplesmente ser essa a nossa vida. Porque o que apetece é ter os pés da minha Mãe pousados nas minhas pernas enquanto costura qualquer coisa a pouca luz e vai dormitando, ouvir o meu Pai resmungar pelo comando ou sentir o cheiro de empada da cozinha da Náná e ouvir o relato do FCP do meu Sogro. Saber que a ñ-sei-qtas mudou o quarto dos míudos ou que o ñ-sei-o-quê está à procura de carro novo porque vai ter mais um filho.
Dias simples, sem planos. Só a ser Família. Só a ser Amigos.
E isto bate mais forte quando o Porto vem até nós. Quando as amizades e as logísticas justificam que o ponto de encontro seja marcado: hora, data, local. Tudo planeado e uma excitação enorme pela antecipação. Pelos abraços. Pelas fotografias parvas e pelos comentários que substituem as fotografias num espelho. Quelle tristesse, recorro a um espelho porque não conto com ninguém para me dizer que me fica bem ou que parece uma barraca da praia. Isso faz-me falta.
Isso perde-se, não se adia.
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