do suor
Nunca gostei de desporto.Nunca mesmo. Fiz natação uns tempos, aeróbica e step outro tanto mas o espírito de ginásio é uma coisa que me incomoda por demais, e depois emigrei e depois filhos e depois não me apetece, não tenho roupa, estou velha, não tenho tempo e foram desculpas atrás de desculpas, tem sido assim. Tem sido assim até ao dia em que uma gaja decide que não tem mais que ser assim.
Antes de começar aos socos corri, tipo lesma, mas corro. Quando passei a meta dos 5km dei pequenos e humilhantes pinotes que tenho a certeza terem feito as delícias de alguém que estivesse a ver. Mas dei-os porque para mim era impensável correr senão para apanhar o autocarro ( e mesmo isso...), quanto mais correr 5 km!
É uma vitória só minha, não a partilho com ninguém e faço show-off da minha pequena conquista porque é para mim enorme. Já tinha comprado umas sapatilhas ( em 2º mão) há uns meses, e um dia, mega mal disposta, cheia de palavrões, sinusite a matar-me, impaciência, mau feitio, dia difícil no trabalho e chegada a casa sem ter onde ventilar, calcei as sapatilhas e basei. Comecei a correr e só parei passados 3 km, tipo Forrest mas mais comedida!
E soube tão bem que passados 2 dias já me equipei melhor, já trouxe musica e fiz um mapa e já corri mais uns metros. Isto de correr é coisa que dói, cansa, tira tempo e não se percebe se faz bem ou não. Mas à cabeça faz. Aquilo que faz por mim é tão mais do que perder peso ou ficar mais enxuta. E há-de fazer ao corpo porque respiro melhor, peso menos, aguento mais e sinto-me mais forte, mais capaz, mais bonita, mais resistente e rápida.
E já que corro deixa-me ver do que mais sou capaz... e daí os socos. Socos e luvas é uma coisa que fica mal a qualquer mulher, que não acha ilusões! Mas cerrar os punhos, rodar os ombros e sair um murro com a nossa maior força e rapidez, suar, dar pontapés e resistir, é DO melhor! Fiz uma ou duas aulas a ver se gostava e não parei mais. E já comprei luvas, já enrolo as fitas, fico com negras e há dias em que me doem todos os ossos do corpo, mas está para vir o dia em que vou parar. Na verdade acho que pararia quando ficasse tão boa que tivesse que competir, mas acho que não corro esse risco.
Qualquer coisa que faça, que seja 1km ou 1 aula, é tempo que não estive passiva, parada e molenga num sofá. É tempo que é só meu, em que me valho só a mim, em que fui além da dor e do cansaço das primeiras tentativas, em que não desisti, em que não me chateiam e não chateio ninguém. E isso é tão priceless. Tempos houve em que a minha ginástica ideal seria uma maratona - no shopping. Hoje troco o shopping por uns minutos de corrida, troco uma manicure por uma ida ao saco, e só desejo não desistir, não me perder, não cair num novo rol de desculpas, porque as há-de haver. E mais, só não vai saber o bom que pode ser quem nunca tentar. E tive que chegar aos 35 para aprender mais isso.
Antes de começar aos socos corri, tipo lesma, mas corro. Quando passei a meta dos 5km dei pequenos e humilhantes pinotes que tenho a certeza terem feito as delícias de alguém que estivesse a ver. Mas dei-os porque para mim era impensável correr senão para apanhar o autocarro ( e mesmo isso...), quanto mais correr 5 km!
É uma vitória só minha, não a partilho com ninguém e faço show-off da minha pequena conquista porque é para mim enorme. Já tinha comprado umas sapatilhas ( em 2º mão) há uns meses, e um dia, mega mal disposta, cheia de palavrões, sinusite a matar-me, impaciência, mau feitio, dia difícil no trabalho e chegada a casa sem ter onde ventilar, calcei as sapatilhas e basei. Comecei a correr e só parei passados 3 km, tipo Forrest mas mais comedida!
E soube tão bem que passados 2 dias já me equipei melhor, já trouxe musica e fiz um mapa e já corri mais uns metros. Isto de correr é coisa que dói, cansa, tira tempo e não se percebe se faz bem ou não. Mas à cabeça faz. Aquilo que faz por mim é tão mais do que perder peso ou ficar mais enxuta. E há-de fazer ao corpo porque respiro melhor, peso menos, aguento mais e sinto-me mais forte, mais capaz, mais bonita, mais resistente e rápida.
E já que corro deixa-me ver do que mais sou capaz... e daí os socos. Socos e luvas é uma coisa que fica mal a qualquer mulher, que não acha ilusões! Mas cerrar os punhos, rodar os ombros e sair um murro com a nossa maior força e rapidez, suar, dar pontapés e resistir, é DO melhor! Fiz uma ou duas aulas a ver se gostava e não parei mais. E já comprei luvas, já enrolo as fitas, fico com negras e há dias em que me doem todos os ossos do corpo, mas está para vir o dia em que vou parar. Na verdade acho que pararia quando ficasse tão boa que tivesse que competir, mas acho que não corro esse risco.
Qualquer coisa que faça, que seja 1km ou 1 aula, é tempo que não estive passiva, parada e molenga num sofá. É tempo que é só meu, em que me valho só a mim, em que fui além da dor e do cansaço das primeiras tentativas, em que não desisti, em que não me chateiam e não chateio ninguém. E isso é tão priceless. Tempos houve em que a minha ginástica ideal seria uma maratona - no shopping. Hoje troco o shopping por uns minutos de corrida, troco uma manicure por uma ida ao saco, e só desejo não desistir, não me perder, não cair num novo rol de desculpas, porque as há-de haver. E mais, só não vai saber o bom que pode ser quem nunca tentar. E tive que chegar aos 35 para aprender mais isso.
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