do que julgam

Eu não sou antipática. Muitos julgarão que sim, mas juro que não sou ou se sou não é de propósito. Juro que acho que não sou.
Sinto que já perdi muito por o parecer, mas sei que já me poupei também pelo mesmo. Quem me conhece sabe como sou dos pés à cabeça. Quem não me conhece tanto me dá o que julgam! (mentira: pagava para saber o que pensam de mim, mas isso agora não interessa nada!)
Eu sou uma pessoa pacata, não me desfaço em sorrisos a torto e a direito, odeio beijos sociais e sou menina para não ter a coragem de atravessar a rua para ir ter com alguém pelo medo de que essa pessoa não se lembre sequer de mim. Mas sou menina de dar os melhores abraços, morro por abraços. Sou péssima em conversa de treta, raramente tenho pretensões de saber mais do que aquilo que realmente sei e sei que o que sei não é muito. Fico mais vezes calada do que aquelas em que falo. Quando falo com a cabeça quente perco a razão porque me baralho nas ideias e sou malcriada. Não sei contar piadas nem anedotas, sou uma pessoa pacata até me irritarem. ah, e pisco o olho porque me poupa palavras e porque acho giro.  O silêncio nunca me incomoda.

Eu sou moody, eu sei. Sei que estou bem disposta num minuto e no seguinte já talvez não o esteja. E pode haver ene razões para isso ou pode ser só uma música que passou e mexeu comigo. Eu sou bruta e crua nas minhas emoções. Choro quando vejo chorar, não escondo lágrimas fáceis nem me faço difícil a gargalhada nenhuma. Adoro rir alto e selvaticamente se for ocasião e sei que tenho os dentes medonhos e os meus olhos deixam de se ver... mas se começar a rir só acabo em lágrimas.
Adoro ter com quem me rir, e tenho, tão boa gente com quem me rio. E tenho também muito boa gente que me atura quando não me rio. E percebo que uns e outros são os mesmos. São quem quem está comigo nas horas dos foda-ses ou quando choro porque qualquer coisa me emociona. Eu não tenho jeito nem pretendo disfarçar coisa nenhuma. Não sei ser de outra forma senão a bruta.

Um dia destes descontrolo-me nos sitios mais improváveis e ainda digo qualquer coisa que não devia: não gosto de ti, não me apetece ajudar-te, não quero saber dos teus problemas. Mas depois até quero saber dos problemas, faço deles os meus e esforço-me por qualquer coisa que nem me deveria dizer respeito. Eu sou afectuosa, digo que adoro, que amo e desejo. Deixo pouco por dizer e acho que estou bem calibrada. Eu sou um bom bicho social, difícil, mas bom. Acho.




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