do inverno
Eu devia bater na madeira muitas vezes. Com a cabeça. Primeiro porque tenho tido realmente uma sorte do caraças! Segundo para me lembrar de combater o dogma de que cada um tem o que merece!
Este inverno está a ser duro e implacável para milhares de agregados familiares, e o meu está impecável. Acho que a última ameaça de doença foi em inícios de Novembro e foi um dia de febre que deu em nada e pronto. Desde Novembro que não limpo ranho, faço canjas, meço febres ou vou a urgências (fui uma vez mas foi uma queda, nada de doenças!). Não tenho vómitos a voar contra paredes, nem putos a delirar, e sinto-me profundamente grata por tal benção.
De vez em quando, muito de vez em quando, o mais novo tosse na cama, mas vira-se para o lado e pronto, passa. A mais velha já sabe queixar-se de umas dores de cabeça, mas dão também em nada, não passam disso. O do meio tem estado forte e rijo e até a pele atópica está mais sossegada e já não lixa os móveis cá de casa. O marido deu com a bomba umas vezes e eu: nicles, zip, zero, nada! Somos de fibra rija.
Não estou aqui numa de "mete-nojo" mas estou sim solidária com todos e pena tenho de não poder distribuir saúde. Todos os dias me cruzo com alguém no limite das suas forças porque não dormem, porque tiveram que meter dias de férias, porque saem a voar para urgências com putos a arder... E procuro a tal madeira onde bater.
(à parte: diz a bestunta lá em baixo que cheira a peido!! tive que parar um minuto para me recompôr!)
Eu não agasalho loucamente os miúdos, pelo contrário... não lhes dou vitaminas, não os obrigo a comer o jantar todo e não lhes encho o nariz de soro. E tenho cá para mim que saltei uma vacina qualquer a um deles... Não tenho truques nenhuns e claramente não sou top a tratar deles, mas a verdade é que acho que também por isso este inverno têm escapado a tudo o que aí anda... (tirando piolhos, desses não escaparam!)
Fico a pensar nos outros agregados e no complicado que a vida com um enfermo se torna. E claro, que nem sempre merecemos o que nos acontece, está visto. Gente boa não devia ter que ter termómetro em casa nem esperar que os putos acordem de anestesias nem gastar o seu rico dinheiro em farmácias... E assim termino, nem todos têm o que merecem.
Este inverno está a ser duro e implacável para milhares de agregados familiares, e o meu está impecável. Acho que a última ameaça de doença foi em inícios de Novembro e foi um dia de febre que deu em nada e pronto. Desde Novembro que não limpo ranho, faço canjas, meço febres ou vou a urgências (fui uma vez mas foi uma queda, nada de doenças!). Não tenho vómitos a voar contra paredes, nem putos a delirar, e sinto-me profundamente grata por tal benção.
De vez em quando, muito de vez em quando, o mais novo tosse na cama, mas vira-se para o lado e pronto, passa. A mais velha já sabe queixar-se de umas dores de cabeça, mas dão também em nada, não passam disso. O do meio tem estado forte e rijo e até a pele atópica está mais sossegada e já não lixa os móveis cá de casa. O marido deu com a bomba umas vezes e eu: nicles, zip, zero, nada! Somos de fibra rija.
Não estou aqui numa de "mete-nojo" mas estou sim solidária com todos e pena tenho de não poder distribuir saúde. Todos os dias me cruzo com alguém no limite das suas forças porque não dormem, porque tiveram que meter dias de férias, porque saem a voar para urgências com putos a arder... E procuro a tal madeira onde bater.
(à parte: diz a bestunta lá em baixo que cheira a peido!! tive que parar um minuto para me recompôr!)
Eu não agasalho loucamente os miúdos, pelo contrário... não lhes dou vitaminas, não os obrigo a comer o jantar todo e não lhes encho o nariz de soro. E tenho cá para mim que saltei uma vacina qualquer a um deles... Não tenho truques nenhuns e claramente não sou top a tratar deles, mas a verdade é que acho que também por isso este inverno têm escapado a tudo o que aí anda... (tirando piolhos, desses não escaparam!)
Fico a pensar nos outros agregados e no complicado que a vida com um enfermo se torna. E claro, que nem sempre merecemos o que nos acontece, está visto. Gente boa não devia ter que ter termómetro em casa nem esperar que os putos acordem de anestesias nem gastar o seu rico dinheiro em farmácias... E assim termino, nem todos têm o que merecem.
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