das vocações
A 5ª não veio. Já entrevistei a 6ª, a 7ª e a 8ª...
Apesar da chatice que é estar refém dos miúdos e da casa a partir das 6pm, neste momento, se pudesse, largava tudo e ia para casa. Tomar conta dela, deles e de mim. Já falei ene vezes de crises, de dias chatos, daqueles em que a máquina de café não funciona, daqueles em que nos chateiam com merdices, mas dias como estes é para mim inédito. Dar por mim a pensar que se pudesse ficava em casa é, em mim, um sentimento estranho.
Não há nada a fazer sobre ele senão ignorá-lo, empurrá-lo bem lá para o fundo de um armário, onde estão as emoções em que não se mexe...
Suponho que em alguma altura da nossa vida (por suponho, leia-se "espero") todos quisemos mudar, inovar, sair, entrar, dizer out loud, experimentar mudar tudo, descobrir novas vocações?
Suponho (por suponho leia-se "sei") que teria outras. Lembro-me de ter ponderado ene empregos antes sequer de escolher o curso (que ironicamente não escolhi) e eles serem quase sempre à volta disto que faço. Lembro-me de ter riscado ser professora porque não queria nunca trazer trabalho para casa, ter a vida que a minha Mãe tinha. Lembro-me de querer ser cabeleireira porque faço um brushing bestial mas depois lembrar-me de que não sou boa de conversa de treta e gosto pouco de falar. Lembro-me que adoraria ser caixa de supermercado, por que iria carregar em muitas teclas, mas depois apareceram os códigos de barras e também isso se dissipou... Gostava de ter sido diplomata ou qui ça política, mas tenho pouca tolerância para corrupção e lambe-botas e por isso estava condenada ao insucesso antes mesmo de começar. Pensei em Direito e depois achei que se a minha turma inteira ia então era desemprego na certa ou estágios de treta e pouco mais. Gostava de ter sido enfermeira, mas ia doer-me muito a dor dos outros. E agora aqui estou...
Tenho um curso excelente, multifacetado que me deu um vislumbre de tudo e me fez estudar de tudo (menos Artes, essas não...). Um curso que me preparou para ser excelente naquilo que faço. E agora, depois de umas voltas, penso que se calhar eu devia era ser uma soccer mom. Arejar a minha casa de manha, levar os miudos, voltar e estar por casa, ir dar uma corrida, arrumar e limpar tudo como eu gosto que fique feito, almoçar na varanda e tratar das compras com calma. Ter legumes e pão fresco todos os dias porque os tinha escolhido com calma, fazer jantares realmente bons e pensados. Ao fim do dia ia buscá-los e não ia pensar em mais nada senão ouvir o que tinham para me contar, dar-lhes o banho sem pressa porque o jantar estava pronto, escovar-lhes o cabelo e fazer os TPCs cheia de paciência. Adoraria tudo isto, só não em simultaneo.
Neste momento sinto que estou em todo o lado e não estou em lado nenhum! Estou numa de me desculpar por não ter ainda ajuda, mas juro que me passou pela cabeça se não será mais do que isso?... Se não será altura de mudar? Olhando para o meu passado nunca estive parada muito tempo no mesmo sitio, no mesmo emprego, na mesma cidade! Será que nunca tive tempo que chegue para me fartar de qualquer coisa? Ou é agora que me habituo à ideia de que isto é o resto da minha vida?
Apesar da chatice que é estar refém dos miúdos e da casa a partir das 6pm, neste momento, se pudesse, largava tudo e ia para casa. Tomar conta dela, deles e de mim. Já falei ene vezes de crises, de dias chatos, daqueles em que a máquina de café não funciona, daqueles em que nos chateiam com merdices, mas dias como estes é para mim inédito. Dar por mim a pensar que se pudesse ficava em casa é, em mim, um sentimento estranho.
Não há nada a fazer sobre ele senão ignorá-lo, empurrá-lo bem lá para o fundo de um armário, onde estão as emoções em que não se mexe...
Suponho que em alguma altura da nossa vida (por suponho, leia-se "espero") todos quisemos mudar, inovar, sair, entrar, dizer out loud, experimentar mudar tudo, descobrir novas vocações?
Suponho (por suponho leia-se "sei") que teria outras. Lembro-me de ter ponderado ene empregos antes sequer de escolher o curso (que ironicamente não escolhi) e eles serem quase sempre à volta disto que faço. Lembro-me de ter riscado ser professora porque não queria nunca trazer trabalho para casa, ter a vida que a minha Mãe tinha. Lembro-me de querer ser cabeleireira porque faço um brushing bestial mas depois lembrar-me de que não sou boa de conversa de treta e gosto pouco de falar. Lembro-me que adoraria ser caixa de supermercado, por que iria carregar em muitas teclas, mas depois apareceram os códigos de barras e também isso se dissipou... Gostava de ter sido diplomata ou qui ça política, mas tenho pouca tolerância para corrupção e lambe-botas e por isso estava condenada ao insucesso antes mesmo de começar. Pensei em Direito e depois achei que se a minha turma inteira ia então era desemprego na certa ou estágios de treta e pouco mais. Gostava de ter sido enfermeira, mas ia doer-me muito a dor dos outros. E agora aqui estou...
Tenho um curso excelente, multifacetado que me deu um vislumbre de tudo e me fez estudar de tudo (menos Artes, essas não...). Um curso que me preparou para ser excelente naquilo que faço. E agora, depois de umas voltas, penso que se calhar eu devia era ser uma soccer mom. Arejar a minha casa de manha, levar os miudos, voltar e estar por casa, ir dar uma corrida, arrumar e limpar tudo como eu gosto que fique feito, almoçar na varanda e tratar das compras com calma. Ter legumes e pão fresco todos os dias porque os tinha escolhido com calma, fazer jantares realmente bons e pensados. Ao fim do dia ia buscá-los e não ia pensar em mais nada senão ouvir o que tinham para me contar, dar-lhes o banho sem pressa porque o jantar estava pronto, escovar-lhes o cabelo e fazer os TPCs cheia de paciência. Adoraria tudo isto, só não em simultaneo.
Neste momento sinto que estou em todo o lado e não estou em lado nenhum! Estou numa de me desculpar por não ter ainda ajuda, mas juro que me passou pela cabeça se não será mais do que isso?... Se não será altura de mudar? Olhando para o meu passado nunca estive parada muito tempo no mesmo sitio, no mesmo emprego, na mesma cidade! Será que nunca tive tempo que chegue para me fartar de qualquer coisa? Ou é agora que me habituo à ideia de que isto é o resto da minha vida?
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