de paris

Era nesta luz que queria escrever. Despreocupada, com um copo de vinho branco (que acabei de descobrir que até gosto!). Com conversas simples, fluidas, sinceras sobre o que somos, onde chegamos e de onde viemos. Mudámos muito?

Gosto de amizades destas, de manutenção minima.
Em cima de um queijo discutimos a vida como ela é. Há perguntas que ficam no ar apenas para pensarmos nelas enquanto bebericamos ou lavamos a loiça. E depois respondemos, pensamos alto e em sintonia percebemos que somos todos feitos do mesmo material. Temos calibragens diferentes, temos tolerâncias diferentes, mas somos todos iguais. Vivemos e movemo-nos por amizade, por dinheiro, por modas, por amor.

Ouço na cozinha: "gerir as visitas... ir ao porto..." sabe bem estar com camaradas emigrantes. Sabe melhor ainda sentir que depois de oceanos, milhares de Kms e bastantes anos estamos todos na mesma. Mais sábios, mais velhos, mais cansados, mais amigos.

O P. pousa a mão no meu ombro e diz: não nos saímos nada mal. Agora podes continuar a olhar para a janela, porque é isto que levamos desta vida.

Não teria dito melhor.


Comments

Anonymous said…
essa janela tem mais flores agora. :) lm