das palmadinhas
lets talk about work... Melhor, eu vou!
Quando trabalhei nos Serviços Sociais de Durham County tive uma chefe que me marcou! Era meia tola, muito southern, preta retinta, cheia de grandes penteados e fatos muito pirosos de tecido barato. Era aquilo a que eu cá chamaria de uma parola. Falava alto, chamava-me honey ou doll e estava sempre a comer qualquer coisa que se espalhava no chão e o gabinete dela cheirava àqueles aromatizadores de pinho. Comecei a trabalhar lá não porque ela me tivesse escolhido a dedo, mas porque falava espanhol e eles precisavam urgentemente de alguém bilingue. O meu trabalho não era propriamente qualificado, tanto podia ser feito por mim como por qualquer outra pessoa que falasse espanhol. Saí-me bem, passava facilmente os objectivos traçados, era pontual, obedecia ao dress code, era educada e apesar de ser a única branca numa equipa de 22 pessoas, nunca me senti especial (vejo isso como uma coisa boa).
Durante semanas a fio anotava tudo o que fazia, avaliava o meu trabalho e tinhamos reuniões de equipa onde cada um mostrava os seus resultados, tirava dúvidas ou simplesmente falava sobre qualquer coisa que fosse importante na altura. Estas reuniões aconteciam numa grande mesa a imitar madeira, e a sala tresandava a fried chicken. Não pareciam mais do que um pretexto para comer. Estive lá ainda algum tempo e nunca, em circunstancia nenhuma, ouvi os colegas a falarem do trabalho de um ou outro. Falava-se sempre no trabalho do Departamento ou das sub-equipas ou da Administração, nunca de uma pessoa só.
Quando me vim embora a Ms.Darlene levou-me a almoçar fora (meal box no parque de estacionamento, mas whatever). Disse-me que tinha pena que não ficasse, que ia fazer diferença e que ia ser complicado substituir-me, que eu era muito boa. Estranhei tanto elogio pois nunca o fizera antes, nem a mim, nem a ninguém que eu tivesse visto... E o que eu estranhei deve-se ter reflectido na minha cara porque ela disse: let me give a lesson for you to take home...
E explicou-me que desde sempre fazia os elogios e dava os ralhetes que fossem precisos individualmente. Que nunca o fizera comigo porque your work speaks for yourself and you don't strike me like someone who needs compliments. Talvez.. Se calhar hoje em dia já os apreciaria, mas na altura vivia bem com a certeza do dever cumprido e não precisava dos louvores. Explicou-me que sendo eu temporary não quis entrar em detalhes e avaliações porque queria que quando eu saisse dali que levasse uma lição qualquer além daquela que é era atender telefones ou saber como funcionavam os Food-stamps e a MedicalAid. Queria dar-me qualquer coisa eu que eu levasse para o resto da vida e deu-me isto:
Pat yourself in the back! Because, odds are, no one else will do it for you...
Well Ms.Darlene... obrigada! Esta é realmente uma lição que me tem sido útil, das melhores... Não a parte de não elogiar o que pode e deve ser elogiado, porque acredito que metade da eficiência vem do elogio por trás dela e da motivação que a apreciação é, mas aprendi seguramente a não esperar que o façam. So for yo'all out there que achem que não são apreciados, eu aprecio e hei-de vos dizer sempre o que acho. Mas se não o fizer, pat yourself in the back (or in the face when you suck and you know it :p I do that too!)
Quando trabalhei nos Serviços Sociais de Durham County tive uma chefe que me marcou! Era meia tola, muito southern, preta retinta, cheia de grandes penteados e fatos muito pirosos de tecido barato. Era aquilo a que eu cá chamaria de uma parola. Falava alto, chamava-me honey ou doll e estava sempre a comer qualquer coisa que se espalhava no chão e o gabinete dela cheirava àqueles aromatizadores de pinho. Comecei a trabalhar lá não porque ela me tivesse escolhido a dedo, mas porque falava espanhol e eles precisavam urgentemente de alguém bilingue. O meu trabalho não era propriamente qualificado, tanto podia ser feito por mim como por qualquer outra pessoa que falasse espanhol. Saí-me bem, passava facilmente os objectivos traçados, era pontual, obedecia ao dress code, era educada e apesar de ser a única branca numa equipa de 22 pessoas, nunca me senti especial (vejo isso como uma coisa boa).
Durante semanas a fio anotava tudo o que fazia, avaliava o meu trabalho e tinhamos reuniões de equipa onde cada um mostrava os seus resultados, tirava dúvidas ou simplesmente falava sobre qualquer coisa que fosse importante na altura. Estas reuniões aconteciam numa grande mesa a imitar madeira, e a sala tresandava a fried chicken. Não pareciam mais do que um pretexto para comer. Estive lá ainda algum tempo e nunca, em circunstancia nenhuma, ouvi os colegas a falarem do trabalho de um ou outro. Falava-se sempre no trabalho do Departamento ou das sub-equipas ou da Administração, nunca de uma pessoa só.
Quando me vim embora a Ms.Darlene levou-me a almoçar fora (meal box no parque de estacionamento, mas whatever). Disse-me que tinha pena que não ficasse, que ia fazer diferença e que ia ser complicado substituir-me, que eu era muito boa. Estranhei tanto elogio pois nunca o fizera antes, nem a mim, nem a ninguém que eu tivesse visto... E o que eu estranhei deve-se ter reflectido na minha cara porque ela disse: let me give a lesson for you to take home...
E explicou-me que desde sempre fazia os elogios e dava os ralhetes que fossem precisos individualmente. Que nunca o fizera comigo porque your work speaks for yourself and you don't strike me like someone who needs compliments. Talvez.. Se calhar hoje em dia já os apreciaria, mas na altura vivia bem com a certeza do dever cumprido e não precisava dos louvores. Explicou-me que sendo eu temporary não quis entrar em detalhes e avaliações porque queria que quando eu saisse dali que levasse uma lição qualquer além daquela que é era atender telefones ou saber como funcionavam os Food-stamps e a MedicalAid. Queria dar-me qualquer coisa eu que eu levasse para o resto da vida e deu-me isto:
Pat yourself in the back! Because, odds are, no one else will do it for you...
Well Ms.Darlene... obrigada! Esta é realmente uma lição que me tem sido útil, das melhores... Não a parte de não elogiar o que pode e deve ser elogiado, porque acredito que metade da eficiência vem do elogio por trás dela e da motivação que a apreciação é, mas aprendi seguramente a não esperar que o façam. So for yo'all out there que achem que não são apreciados, eu aprecio e hei-de vos dizer sempre o que acho. Mas se não o fizer, pat yourself in the back (or in the face when you suck and you know it :p I do that too!)
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