do ciúme
Não vou falar do meu ciúme (porque o tenho, admito). Não vou falar do ciúme que o A. diz que não tem (o que me irrita). Não vou falar do ciúme que os meus filhos têm uns dos outros (porque há dias é que uns são mais mimados do que os outros).
Hoje em almoço de ladies, onde constavam divorciadas, amancebadas e namoradas recém separadas mas com namorados novos discutia-se o estatuto dos ex. Não tenho muitos e por isso pouco posso opinar sobre o assunto. Não fiquei íntima de nenhum, mas não os tirei da minha vida porque também não saíram. Andam por cá, com amigos comuns, vemo-nos em casamentos batizados e funerais... Um deles nem nunca mais vi mas sou amiga no FB, e pouco falamos. Adiante que esse não era o tópico...
Então uma comentava que as "casadas" (note-se que eu era a única) não percebem estas andanças. Que não perguntam, não querem saber, ou fingem que não sabem. Que não comentam, não acompanham, não perguntam como correm as coisas nem o que vais fazer logo à noite. Ia pensando no que ela dizia. De facto não tenho muitos amigos que se tenham separado e os que se separaram o ex não era núcleo duro. De facto aos que se separaram eu não liguei muito, não perguntei fora de momento oportuno como corria a vida, nem se tinham novas "amizades coloridas". E não foi por esquecimento.
Eu, falo por mim, não perguntei, acho que com medo que fosse interpretado como atrevimento, como cusquice. Não fiz planos propositados porque não seriam vistos como mais do que actos de piedade. E não perguntei todas as semanas como corria a vida porque de facto, eu assumo, tenho de vez em quando ciúmes da liberdade destes "solteiros". Da facilidade com que podem ir jantar fora, sair à noite, namoriscar alguém, jantar cereais e ver séries sem zapping. Faltar à depilação, ir ao ginásio ao fim do dia, perder horas nas compras. Já o disse ene vezes, por vezes com vergonha (mas sem arrependimentos das minhas escolhas), mas sim, há dias em que queria estar nesse clube. São ciúmes minha gente. Nós não vos ligamos por inveja e ciúmes.
Isto saiu-me em voz alta, num daqueles momentos em que achamos que estamos a pensar mas já as palavras saíram e tenho as 3 a olhar para mim. Jura?! Achas?... Não juro, mas acho...
Não levem as casadas a mal, a mesma nostalgia que vocês têm dos programas com amigos, dos convites que não se vos fazem porque ia ser awkward, nós temos das vossas noitadas, da vossa liberdade, dos vossos programas. Há dias maus quer estejamos sozinhas ou acompanhadas, há dias em que rodeadas de maridos e filhos as casadas se sentem sozinhas e nesses dias qualquer uma de nós trocava de posição. Acho. Mas tenho a certeza de que se eu ligar a uma solteira a queixar-me da vida de casada, há-de ser tão surreal como uma solteira fazer o contrário. Hoje estive com elas no momento errado, mas talvez tenha dito a coisa certa...
Hoje em almoço de ladies, onde constavam divorciadas, amancebadas e namoradas recém separadas mas com namorados novos discutia-se o estatuto dos ex. Não tenho muitos e por isso pouco posso opinar sobre o assunto. Não fiquei íntima de nenhum, mas não os tirei da minha vida porque também não saíram. Andam por cá, com amigos comuns, vemo-nos em casamentos batizados e funerais... Um deles nem nunca mais vi mas sou amiga no FB, e pouco falamos. Adiante que esse não era o tópico...
Então uma comentava que as "casadas" (note-se que eu era a única) não percebem estas andanças. Que não perguntam, não querem saber, ou fingem que não sabem. Que não comentam, não acompanham, não perguntam como correm as coisas nem o que vais fazer logo à noite. Ia pensando no que ela dizia. De facto não tenho muitos amigos que se tenham separado e os que se separaram o ex não era núcleo duro. De facto aos que se separaram eu não liguei muito, não perguntei fora de momento oportuno como corria a vida, nem se tinham novas "amizades coloridas". E não foi por esquecimento.
Eu, falo por mim, não perguntei, acho que com medo que fosse interpretado como atrevimento, como cusquice. Não fiz planos propositados porque não seriam vistos como mais do que actos de piedade. E não perguntei todas as semanas como corria a vida porque de facto, eu assumo, tenho de vez em quando ciúmes da liberdade destes "solteiros". Da facilidade com que podem ir jantar fora, sair à noite, namoriscar alguém, jantar cereais e ver séries sem zapping. Faltar à depilação, ir ao ginásio ao fim do dia, perder horas nas compras. Já o disse ene vezes, por vezes com vergonha (mas sem arrependimentos das minhas escolhas), mas sim, há dias em que queria estar nesse clube. São ciúmes minha gente. Nós não vos ligamos por inveja e ciúmes.
Isto saiu-me em voz alta, num daqueles momentos em que achamos que estamos a pensar mas já as palavras saíram e tenho as 3 a olhar para mim. Jura?! Achas?... Não juro, mas acho...
Não levem as casadas a mal, a mesma nostalgia que vocês têm dos programas com amigos, dos convites que não se vos fazem porque ia ser awkward, nós temos das vossas noitadas, da vossa liberdade, dos vossos programas. Há dias maus quer estejamos sozinhas ou acompanhadas, há dias em que rodeadas de maridos e filhos as casadas se sentem sozinhas e nesses dias qualquer uma de nós trocava de posição. Acho. Mas tenho a certeza de que se eu ligar a uma solteira a queixar-me da vida de casada, há-de ser tão surreal como uma solteira fazer o contrário. Hoje estive com elas no momento errado, mas talvez tenha dito a coisa certa...
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