do vago e do gut
Mais uma daquelas semanas em que a realidade dói. Como disse já não vejo telejornais, não leio notícias, não ouço noticiários. Não me incomoda ser ou estar ignorante da realidade quando ela me deixa assim, mal. Desligo o Facebook, ligo o Spotify, passeio-me no Pinterest, jogo às adivinhas com os miúdos, pinto as unhas, leio uma porno-chachada, re-organizo uma estante ou arrumo as roupas que já não servem. Ando a fugir da realidade, puro e duro, é isto.
Não percebo a partilha constante de tragédias sobre as quais nada há a fazer, não percebo a leitura assídua de coisas estilo CM e muito menos percebo como possa ser isso tema de conversa. FYI, eu não falo de desgraças, eu não as aguento.
Sempre achei piada ao gut feeling, ao quanto as nossas entranhas materializam aquilo que o cérebro ainda está para perceber. Se me desse para fazer investigação era nisso. Mas isto vem para o bem e para o mal... Numa semana em que parece que uma mãe fez uma qualquer bestialidade da qual não quis saber, com sucesso, quaisquer pormenores, tudo corria mais ou menos. Até passar no rio e ver um barco de borracha. Até juntar ao barco o título de uma notícia que me invadiu. E tenho que parar o carro, e estou em plena marginal a ter uma crise vagal. Choro, tenho vómitos, falta-me o ar e sinto o coração a querer sair do peito. Sinto a cara arder, as câimbras a intensificarem-se. Recomponho-me e retomo a marcha. Eu não vi nada, vi um barco no rio.
Fui buscar a X. ao ténis e ela lá se distraiu com as horas enquanto passeava no jardim. Sabe a combinação que temos e eu chego sempre em cima da hora para ela não ficar pendurada. Esperei 5 minutos. Ao 6º já estava a sair do carro e ao 10º, já sem fôlego de correr os jardins, eu pensava no pior. Estou sem estômago. Já tinha ligado ao A. e já gritava pelo nome dela quando a vi sair com um ramo de flores, cheia de calma, do meio de um arbusto. E tenho uma nova crise. Lembro-me de ter acontecido exatamente o mesmo entre mim e a minha Mãe e de ter apanhado um grande estalo. Lembro-me de ter achado um exagero aquela reacção a eu chegar 20 minutos mais tarde a casa numa tarde de inverno quando vinha da catequese. E agora sei que quem me bateu não foi a minha Mãe, há-de ter sido o vago dela.
Se algum dia me sujeitar a uma qualquer cirurgia vou aproveitar e pedir que mo tirem, o vago. Que anda a dar cabo de mim. O estômago acho que não dá para tirar e afinal de contas eu preciso dele, porque o meu gut feeling é muito mais apurado que qualquer outro que eu tenha.
Não percebo a partilha constante de tragédias sobre as quais nada há a fazer, não percebo a leitura assídua de coisas estilo CM e muito menos percebo como possa ser isso tema de conversa. FYI, eu não falo de desgraças, eu não as aguento.
Sempre achei piada ao gut feeling, ao quanto as nossas entranhas materializam aquilo que o cérebro ainda está para perceber. Se me desse para fazer investigação era nisso. Mas isto vem para o bem e para o mal... Numa semana em que parece que uma mãe fez uma qualquer bestialidade da qual não quis saber, com sucesso, quaisquer pormenores, tudo corria mais ou menos. Até passar no rio e ver um barco de borracha. Até juntar ao barco o título de uma notícia que me invadiu. E tenho que parar o carro, e estou em plena marginal a ter uma crise vagal. Choro, tenho vómitos, falta-me o ar e sinto o coração a querer sair do peito. Sinto a cara arder, as câimbras a intensificarem-se. Recomponho-me e retomo a marcha. Eu não vi nada, vi um barco no rio.
Fui buscar a X. ao ténis e ela lá se distraiu com as horas enquanto passeava no jardim. Sabe a combinação que temos e eu chego sempre em cima da hora para ela não ficar pendurada. Esperei 5 minutos. Ao 6º já estava a sair do carro e ao 10º, já sem fôlego de correr os jardins, eu pensava no pior. Estou sem estômago. Já tinha ligado ao A. e já gritava pelo nome dela quando a vi sair com um ramo de flores, cheia de calma, do meio de um arbusto. E tenho uma nova crise. Lembro-me de ter acontecido exatamente o mesmo entre mim e a minha Mãe e de ter apanhado um grande estalo. Lembro-me de ter achado um exagero aquela reacção a eu chegar 20 minutos mais tarde a casa numa tarde de inverno quando vinha da catequese. E agora sei que quem me bateu não foi a minha Mãe, há-de ter sido o vago dela.
Se algum dia me sujeitar a uma qualquer cirurgia vou aproveitar e pedir que mo tirem, o vago. Que anda a dar cabo de mim. O estômago acho que não dá para tirar e afinal de contas eu preciso dele, porque o meu gut feeling é muito mais apurado que qualquer outro que eu tenha.
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