do bidé

Com areia entre os dedos, em esquema escapadinha, discutia-se as amizades, de onde vêm, se deram nalguma coisa... Desde as escolas, aos campos de férias, ao café da rua, os grupos no Porto formaram-se e foram mudando pouco ao longo do tempo. Eu não sou velha e pouco mudei de grupos e se o fiz foi efeito colateral (da faculdade, do trabalho, do casamento, da idade) e só ganhei com isso.
O Porto é um bidé, e não indo ao cumúlo de me dar só com o código postal 4150, a verdade é que a maioria das pessoas só mudou o código depois de casar ou foi estudar / trabalhar para fora.

Há sempre namorados (ou semelhantes) em comum, há sempre uma actividade (nem que seja sair à noite) onde nos cruzávamos, há sempre a prima da amiga da filha do tio da mãe, há sempre uma mega festa a que poucos não foram e que foi o ínicio do nosso ciclo social. Há sempre o sítio onde se passava férias ou aonde se ía à Missa. Há sempre a mulher do melhor amigo do marido que depois até fica a tua melhor amiga. Há sempre pontos que se tocam no nosso bidé.

Grata por todos eles, pelos que vieram do meu código ou dos que vieram de mais acima ou mais ao lado, dos que casaram e dos que tenho pena de não conhecer há mais tempo. Por vezes convenço-me de que já dei toda a amizade que tinha para dar e depois sinto que não, há sempre lugar para mais e há sempre alguns que vão ficando pelo caminho. No bidé ou fora dele. Na Foz, no Pinheiro Manso, em Matosinhos, Belém ou Alvalade. Accuintances antigas que são agora o meu círculo, gente nova que parece que vêm dé há anos atrás! A minha gente.

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