do facebook

O facebook é muito lindo. Tudo em contacto, likes e corações por todo o lado. Declarações de amor, gritos de guerra, debates políticos, ideias brilhantes. Gente que nunca imaginei voltar a "encontrar", gente que nunca vi na vida, amigos de sempre, alguns talvez para sempre.
Mas eu cansei-me. Eu estou cansada de ficar mais triste do que alegre, de ver mais desgraças do que boas novidades, de cuscar e ser cuscada, de ver picanços e piropos. Dicas de bons negócios, contactos perdidos, desabafos ou coisas que nunca cheguei a perceber, vídeos hilariantes e cenas horripilantes.

Sempre gostei mais do instagram, e uma imagem vale por mil palavras. Mas as imagens que o facebook me tem trazido são horríveis, são a realidade. Ou são porcas ou sem piada. São inúteis.
Não me levem a mal os "amigos". Adoro ver os bebés 2 minutos depois de nascerem, da ajuda preciosa no meu calendário de aniversários, saber das vossas alegrias e das tristezas.
Adorei partilhar as minhas alegrias e as minhas tristezas e obrigada por toda a atenção que lhes prestaram em tempo devido.

Foste bom facebook, mas agora abusas da publicidade e as pessoas abusam da realidade e eu não aguento tanto. Aliás, aguentar até aguentaria, mas não estou para isso, agora não.
Vais fazer-me falta, muita concerteza, mas depois talvez me habitue. Talvez pegue mais no telefone e tome mais cafés. Talvez tenha mais abraços e beijos. Prefiro isso aos likes, trocava-os todos.
Não vou desistir de ti, vou, para já, desistir de nós.

Estava aqui a uns cliques de te pôr de lado e só pensava no que vou perder [além de que me devia, se calhar, justificar, coisa que aqui faço]. Dediquei uns minutos a ver o outro lado: o que vou ganhar. Vou ganhar-me a mim, vou ganhar tempo, vou descobrir-me melhor, vou ver os sítios na versão real, vou encostar a barriga ao fogão e provar as receitas. Vou estar out de muita coisa, mas conto estar in em mim. Vamos a isto... depois logo se vê se ainda nos damos. Até lá, não nos incomodemos mais.



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