da mudança

No meio de um processo cansativo e inglório de desencher a minha casa apercebo-me de que é tempo de mudanças mais drásticas. De repente tenho guardadas dezenas de fotografias de armários, chão, sofás, esquinas de luz e vazios que quero aqui e não consigo... Guardo tecidos e escolho cores diferentes, tenho a gana da mudança. Quero toques diferentes.

Todos os fins de semana em cá ficamos faço uma limpeza, encho sacos e mais sacos de tudo o que não quero, tudo o que é demais, tudo o que veio sem propósito e ficou por inércia minha. Quero limpar-nos de tralha, quero reciclar e começar a casa de novo,  quero menos coisas, quero eco e chão para nos espraiarmos como só aqui fazemos.
Ando a pensar se o faça, assim em modo bruto, tratamento de choque e chegarem a casa e ter paredes em azul escuro, caixilhos em cinza, quadros enconstados à espera de nova luz... não tenho mais força para pedir opiniões, acho que vou fazendo assim à sacaninha. Esta casa já não sou tanto eu nem nós, tenho que forçar o nosso reencontro. Quero de novo sentar-me no sofá e não querer mudar nada, nem um passáro, nem um cadeirão nem todas as cores. Quero gostar dela como ela é, assim como queremos que gostem de nós como somos.






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