das aparências

quando me posiciono de mãos na cinta, ombros altos e cabeça focada em frente a um armário a decidir que roupa vista, preparo-me, também nesse momento, para todas as consequências que a minha escolha tem.
preparo-me para as piadas, os piropos, os julgamentos, as ofensas, a inveja, a indiferença, os palpites e o que vier. de jeans ou vestido, lábios vermelhos ou carrapito na cabeça. não me dou a muito trabalho que se veja, mas dou-me a muita consciencialização, acredite-se ou não.
arranjo-me e adorno-me para ser mais eu, sempre eu.
já ouvi que tenho pinta de tudo, de tia, de imbecil, de chefe, de empregada, de cabra, de soccermum, de tudo, mas nunca anti-climática ou ecológica. até hoje, que "não me visto de acordo com a ideologia" que apoio.
portanto, eu devia ter trança pelo rabo, talvez uma rasta, não tomar banho e ver se conseguia andar com umas roupinhas rotas, já agora. não usar roupa que não faça, e jóias só se forem conchinhas do mar presas em crina de cavalo....
bitches e idiotas radicalistas, do alto dos meus tacões hoje vos digo: a deixar de ser alguma coisa, deixo mais depressa de ser vossa apoiante do que deixar de ser eu. que vocês de mim, sabem muito pouco.