do que não fui

já quis ser imensa coisa. em miúda sonhei com uma dúzia de profissões mas fui deixando assentar a realidade de que não era boa cantora ou de que era transparente demais para política, de que é difícil fazer filmes e de que os meus pais não adorariam que lhes desfizesse a casa em artes plásticas.

tenha bons braços para ser hortaliceira e faço um bom brushing, mas acabei por cair num curso aos trambolhões que veio a ser um curso quase tailored made para mim. não me queixo. gosto, quase todos os dias, daquilo que faço. aliás, fez dia um de junho dez anos! não nego algumas crises, mas o balanço é bom.
das muitas coisas que quis ser, quis ser escritora. não de livros (demasiado complexo) mas talvez de crónicas num jornal ou numa revista. acabei num blog e tem-me servido qb. certo que talvez gostasse de ser mais livre, mas nem tudo se escreve, não assim, de cara à mostra e coração de fora... vou escrevendo em linhas voláteis, vai-me bastando. 


sei que mudei a minha escrita - ter blogs com 15 anos permite-nos essa análise - mas mudei também eu. estou mais corrida e a eito, menos nas linhas, mais nas palavras. ui, o desgosto que não teria a minha professora de Português?... e o novo acordo ortográfico ter-me-ia caído como uma luva tivera eu lido as primeiras linhas nesse jeito moderno. não, não sei se mudarei muito mais. tão pouco interessa. imaginem que vos vinha falar de uma revista, de 10 palavras, daquela que tinha escolhido. e acabei nisto. ia ser um caos maior ainda... 


leiam a @revistaobservadorlifestyle #8. a capa é linda mas para as palavras não tenho palavras.