da beleza

a beleza tem contornos estranhos, sui generis e subjectivos. por isso não gosto de a discutir, nem tão pouco de a procurar em mim. 

reconheço os traços que me fazem, sei-os quase de cor e nem sempre é óbvia a beleza deles, sei que está lá - não sou uma batata - mas não sou tão pouco o padrão que se estabeleceu como bonito. consigo identificar os defeitos e as qualidades físicas, sei (ou aprendo ainda) que números não nos medem.

há ene apelos por aí a promover a honestidade das imagens, sermos reais e genuínos na nossa figura, na nossa pele, nas curvas. que não se manipule o normal e banal porque desvirtua a beleza que está em qualquer mortal, como eu. e não o faço. concerteza que quando tiro uma selfie, não tiro 1, tiro 7 ou 8. não mudo, mas muda o ângulo, a luz ou qualquer tecnicalidade que me parece conveniente, nem sempre necessariamente mais bonita, mas a que faz sentido no momento. 

e deste exercício retirei uma estatística e um facto curioso, que a tristeza e o cansaço me ficam bem.


Comments