da criatividade

não sou pessoa de matutar muito num assunto, por isso quando tenho uma pergunta que me persegue há meses, inquieta-me o que isso quererá dizer. a pergunta não é difícil, nem comprometedora, nem sequer perniciosa. é simples e curiosa e irrita-me pensar nela todos os dias e não ter ainda resposta. que: 

- pergunta que nunca te fizeram e gostarias de responder?

pronto, fiquem vocês a pensar nisto e digam-me por favor que tendo já resposta, ela demorou a chegar... e eu faço-vos a inédita pergunta porque gosto de fazer gente feliz. mais recentemente fizeram-me outra mais logística e concreta: 

- o que fazes com a tua criatividade?

a minha resposta foi rápida e imediata: nada. havia mais gente à escuta e eu respondi com o impulso que não sei contrariar e percebi depois que fui bruta e soei básica e provavelmente antipática, as usual... já sozinha e com tempo voltei à pergunta: o que faço com a minha criatividade? e lamento, meu querido amigo novo, mas a resposta mantém-se: nada. nada que faça muito sentido senão para mim.

levo a vida mais leve e tonta, rio-me mais, choro mais, ventilo mais, guardo mais, sinto mais. crio memórias, faço amigos e inimigos, gasto dinheiro e saboreio outro tanto, descubro-me e reconheço-me, sou mais eu. 

mas na prática, nada. simplesmente a publico. 

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