dos quilos
'nada a perder senão quilos' soa a bom mote.
vou na boa, não posso ficar pior do que estou. se estou péssima? estou pois, mas fui vítima da ilusão de que não se nota nada, mas de quilo em quilo, são mais 10 que há 10 anos, mais 20 que há 20 anos... e por dentro nota-se bem, em números alarmantes a quem percebe do assunto.
mas vou na boa, sento-me aliviada por não ter que me despir e penso 'ainda bem' e estranho e meu alívio... quando me diz que o meu IMC é de 'obesa' aceno entre o surpresa e envergonhada, muito embora já o soubesse.
numa série de perguntas e construção do meu historial, e eu super esquecida e atrapalhada em datas e eventos - a ser igual ao que sempre fui - pergunta-me: então porque quer fazer dieta? e digo - na boa - que estas útimas ánalises são mau sinal e de que na verdade também não me senti confortável de fato de banho na praia deste ano, e que penei com as dores do ski, mas que, tendo sido há mais de meio ano, devem ser é do peso que carrego porque ainda me mexo mal. e dou um soluço e espremo uma lágrima para o lado de dentro: 'ui, afinal isto incomoda-me mais do que não conseguir limpar o rabo com destreza ou já não caber nas calças da zara'...
não é uma dieta terrível, sei que só não a fiz antes porque, mimada em amor e cabendo na roupa, me iludi de que não era urgente. fui fazendo dietunchas e assim acabei gorduncha. e a idade não perdoa e a máquina falha-me em momentos que a quero bem e calibrada. eu sou o corpo que carrego, e ando meia torta. tenho que fazer isto, nem que seja terrível.
'nada a perder senão quilos' soa a bom mote. excepto que sei
que será mais que isso, vai ser convívio, conforto, descobertas,
consolo, saudades que matava num prato quente de roupa velha.
mas não arranco sozinha, continuo mimada em amor. e o que tem que ser, tem muita força. e eu também.
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